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31/07/2015

Aliança e o Iceberg

Tum, tum.. Tum, tum.. Tum, tum.. A cabeça muda de direção, os olhos se reviram.. Mais uma noite, o despertar sinuoso, além de seu núcleo, outros sons começam a ser escutados, se não bastasse a lubricidade de sua cabeceira, vozes humanas ecoam no ambiente ao lado.. Uma novela? Blargh! A vida imita a arte, não permitindo qualquer roteiro póstumo. As falas perdidas, e você se depara que tudo está ao chão. Enquanto formigas passeiam e se regozijam de fartura, você se encontra retraído, puxando pra mais perto, o edredom, a colcha, o úmido travesseiro.. Com o piscar de um fino ponto eletrônico saído de seu "telemóvel" (rsrs) parece realmente ser o único provedor de luz para o recinto.. O computador parece chamá-lo, ao que tudo indica, mais uma triste narração completamente sem nexo, ou infundamentais à realidade, palavras bonitas, escritas à pena, cujo o tinteiro se esgueira nas sombras, não permitindo o uso de sua seiva..

Valorização, surte efeito? A maçã continuará tendo gosto de maçã, mesmo que não a coma.. Mas talvez deixe de ser maçã, pouco tempo depois que cai do ramo, pois o ciclo nunca termina, fruta ontem, adubo amanhã. Mas qual a ligação com o reconhecimento? Bom, nenhuma. Uma vez que tanto de uma forma ou de outra ela irá desempenhar um papel importante.. Pobre maçã.. Não tem a menor capacidade de escolher que destino levará, enquanto galga despenhadeiro abaixo, a única coisa que pode suportar é ter suas formas abruptamente distorcidas, torcendo que não passe por pedras cortantes, pois aí está o perigo, quando o sulco ficar exposto e convidativamente atrair insetos, seres microscópios. Ela poderia ter tido tudo.

Você está se afogando. Não vê? Basta olhar ao redor e ver como se a valiosa cristaleira tivesse sido derrubada de um prateleira cromada, e o mais curioso, a pá sumiu, ninguém levaria pequenos cacos sem se cortar, melhor deixar pra lá..

Acreditaria se dissesse que uma monstruosa montanha de gelo possui mais de o dobro, ou quem sabe o triplo de sua proporção submerso em frias (congelantes) águas profundas? Desista de imaginar, pois ainda não está lá, assim como quando você procura gelo em seu freezer, mas se depara com apenas uma forma plástica. Ninguém se depara com ele, porém.. Está lá.. Pronto pra demolir navios (Titanic também não esperava por ele).. Mas e a aliança? Duvido não ter escutado algo similar a uma aliança sendo rudemente lançada em pias, vasos, lagos, bueiros. Ela também não esperava esse fim. Pobre dedo anelar, se já bastava o frio por não ser velado, ainda precisa se importar em estar sempre atento ao seu básico uso em repousar sobre as teclas próximas do Enter, os acentos, colchetes e aquele maravilhoso botão de apagar..

Façam o possível pra que ele não sirva pra isso! Porque assim como a pipoca estourada e o ovo quebrado com a gema partida.. Talvez não haja volta e talvez seja por isso que eu sempre diga: "sem problemas", "pode ficar tranquilo".. Ninguém é perfeito, apenas peculiar.. Saudades? Ossos do ofício. Orgulho? O melhor é deixar no mais profundo dos oceanos.

Astúcia, muito ouvida, pouco praticada. Por quê não um bolo? Talvez de Cereja, alguma vez já comeu algum? Talvez amanhã.. Sejam Flores de Cerejeiras.. E nada mais.. Perpetua-se, então, o ócio de toda uma vida.


Peço, encarecidamente, que retorne diariamente a este blog, e me dê cinco minutos de seus olhos. E uma vida de sua mente. Se eu for privilegiado o bastante, anseio por seu comentário e ser honrado que passe esses singelos pensamentos por onde for capaz.

Gentilmente,
Samuel Filipe.

30/07/2015

A Brisa..

Já pôs o rosto pra fora da janela? Seja a janela do carro, a janela de casa, apartamento, fazenda.. Fechou os olhos? Sentiu? Por favor, se tiver essa oportunidade, disponha-se.. Pare.. Acredite como se você fosse mais do que único, mais do que apenas um falho ser humano, como se você fizesse parte daquilo, sendo levado por uma sutil fluência de ar, pairando por toda imensidão de partículas, atrevo-me a mensurar como devem ser felizes os lírios do campo, as orquídeas arqueadas, pelo balanço vindo por ventos de todas as direções. Há quem diga que não há felicidade em ser uma flor, mas quem já foi flor algum dia pra saber, não é mesmo? Onde há o amor? Por onde ele passa? Por onde ele vagueia? Quiçá nós fomos levados por suas correntezas? Possivelmente agraciado por seu toque?

Um suspiro fundo, você acorda, se depara com as quadrelas do ambiente em que se encontra, suas limitações, a liberdade fora tirada de ti,  deveras como feito a esse ser que vos escreve, defronta-se com o rosto embebido de algo similar a água.. Menos mal, sangue não seria convidativo de certo modo.. Assim como um intruso, o horizonte brilha de uma forma desigual, tal quanto o rompo de uma viável constância, algo inabalável como titânio recebendo a forma de uma pluma.

A premissa, algo inimaginável, sonhar faz bem? Somos capazes de despossar um tesouro valioso e precioso? Evoco sobre meu passado, a timidez, o medo, a rejeição que todos passamos na vida, a luta do primeiro pé pra fora da cama, independente de qual seja, contanto que o outro esteja transponível a chutar a letargia. Reconheço serem sensos de pura inércia e pesados para uma pequena trajetória vivida, culpar a intensidade pelo empenho de fazer outro puro coração aceitar tais defeitos, deficiência esta que ultrapassa a barreira do ser, quando atitudes uivam por dor e súplicas de um futuro deleitável. Escuro. Silêncio. Não surtiu efeito, apenas contestações de diferentes motivos.

Aclamar por brisa, não provoca frescor, condições atmosféricas não são sucedidas por caniços pensantes, o florescer do lírio precisa de paciência, sol, do orvalho da manhã, proteção. Coesão? Bem vindo ao mundo real, onde a chuva corrói Davi, fazendo de Michelangelo icônico na Pop Art. Talvez nunca consiga me expressar, quem sabe meu futuro consiga.

Enquanto a febre não passa, fazendo o mórbido arfar em exílio. Aproximação que piora a lepra no íntimo. Não há solução, uma vez que todo ar dentro do pote fora roubado, uma vaga lembrança vem a memória.. Uma janela.. A chance de ser um só.. Exclusivamente da brisa.

Peço, encarecidamente, que retorne diariamente a este blog, e me dê cinco minutos de seus olhos. E uma vida de sua mente. Se eu for privilegiado o bastante, anseio por seu comentário e ser honrado que passe esses singelos pensamentos por onde for capaz.


Gentilmente,
Samuel Filipe.

29/07/2015

O Alimento do Amor..

Nada mais jus que começar esse blog falando sobre o nosso assunto preferido.. O Amor :) não tenho dúvidas que começar pelo fim é bem mais intrigante (rsrs). A morte. Já ficou uma semana sem comer nada? Não? Talvez, dois dias, ou um? É impossível, não é mesmo? Bom, não são rodeios, não são lágrimas, não são insuficiências cardíacas que me impedirão de fazer meus dedinhos passearem pelas teclas. Você já pensou que sem o alimento necessário até mesmo o amor pode morrer? E eu não me refiro a uma morte súbita, e sim, algo bem devagar, e muito silencioso. 

Ao invés de usar o termo "regar" o amor para que nasça uma bela árvore frutífera, vou chutar o pau da barraca e rasgar o Aurélio ao meio. Dar uma de Sarah Jessica Parker e escrever aquilo que tanto te enciúma. Antes de chegarmos aos "finalmentes", irei me apresentar.. me chamo Samuel Filipe, tenho 22 anos (hahaha, uma longa vida, não?), sou estudante de contábeis, designer gráfico, filho (santa responsabilidade rsrs) e sou gay.. Esse blog se iniciou em meio a um momento em que acredito todos já terem passado pelo menos uma ou muitas vezes na vida.. O término de um namoro, meu segundo namoro (sim, segundo), naquele torrencial de lágrimas em um canto de um quarto escuro.. e PIMBA! (trashhaha) Vou começar a escrever, compartilhar uma dor que só eu posso sentir nesse momento, fazendo com que as lágrimas tomem forma de letras, as letras tomem forma de olhares, e com isso a atenção, por fim, que chegue até você, meu amigo leitor :) 

Se pudesse descrever o sentido da angústia que nos toma nesse instante, posso afirmar que o desespero e a loucura sentam-se bem a sua frente e te dizem algo como: "hoje não tem vez pra você, independente do que pense ou faça, não nos responsabilizamos, porém, assistiremos a cada segundo, ansiosos pelas cenas do próximo capítulo". 

Escrever é um dom, tocar o coração de um leitor é uma dádiva, e eu admito não possuir ambos, por isso, destino essa leitura que há de vir, um dilema entre a razão e a emoção, mente e coração, abruptos de uma realidade e um sentimento que não consegue ser explicado.. (assim como meu vício em escrever reticências com apenas dois pontos, rsrs). 

 “O que deu errado?", "Qual a real origem desse fato?", "Por que 'o doer' em mim, é diferente do seu?" 

A destruição de um começa quando o outro inspira um pouco de fôlego, a história que, antes, conto de fadas, passou a ser um filme como Jogos Mortais. Os sonhos acabam. O mar se fecha. O castelo desmorona, até sobrarem apenas ruínas.. Tudo que pode ser feito é escutar, enxergar algo que seria como palavras satânicas sendo proferidas por belíssimos lábios de um anjo. É interessante ressaltar o quão generoso são seus sentimentos, por estar claro quanto ao objetivo de sua declaração, enquanto o corpo está diluviano e quente como sangue fresco.

Caro leitor, o que mais falta nessa história? Ah, sim. O alimento, seguramente. E essa é a incógnita. O amor necessita ser alimentado. Quando ligamos a TV e vemos aqueles magníficos exemplos de casais que perpetuam toda uma vida um ao lado do outro, sendo ambos um só (como votos matrimoniais) notamos sempre a existência de um indiscutível ato, o pequeno detalhe, o sincero sorriso, o gesto de euforia.. Euforia por ser o único, honrado de poder estar em braços de brandura. Por ser ímpar, ao ser chamado mediante tal voz celestial. Ao fim, poder conceber a grandiosidade de tê-lo ligado a si.

A capacidade de tamanha importância é dissipada quando ambos dão as costas. Sem agouros, cabe apenas ver os dias, meses, anos.. Sem deixar de olhar para trás, apenas para recolher pedaços que caíram, e não serão postos no lugar facilmente. Pois as rachaduras se assemelham a um copo de cristal quebrado, por mais que sejam colados estarão ali, vazando.. seiva.


Peço, encarecidamente, que retorne diariamente a este blog, e me dê cinco minutos de seus olhos. E uma vida de sua mente. Se eu for privilegiado o bastante, anseio por seu comentário e ser honrado que passe esses singelos pensamentos por onde for capaz.

Gentilmente,
Samuel Filipe.