"Nós aceitamos o amor que achamos que merecemos"
Chbosky, Stephen - As Vantagens de Ser Invisível, 1999.
Rejeição plena, um real motivo.. Defeituoso, resoluto, contraditório.. Você não é.. Nem isso.. Nem aquilo..
Laico, imperceptível ao futuro que há de vir.. Disfarce efêmero.. Um suporte momentâneo causado por afecção mútua.. O esconderijo de um infante..
Pergunto-me, por quais meios os ratos se escondem, fugitivos ágeis.. Como se o tempo de ação, fosse mais rápido.. Como se atingissem a velocidade da luz. Imaginava que esses pequenos roedores gostassem apenas de queijo, hoje sei bem que eles se alimentam de muitas coisas mais..
Reflexões sob uma pequena árvore, cujas folhas balançavam mediante a velocidade que carros e caminhões cruzavam as ruas.. Ao telefone, uma voz que quase seria familiar, mas que não foi epílogo. Sons metálicos, robóticos, audazes percorriam por entre a sucinta saída de voz.. A real atitude de quem você jamais poderia imaginar.. Uma dedução arteira quebrando verossimilhança quântica.. Podia ter, eu, forjado tal armadura? Propício a balear minha própria imagem no espelho? Hum.. Uma gota de.. Chuva? Mais uma vez? Nunca me lembro de fechar as janelas.. Nem de lembrar de comprar os tais lencinhos..
Olá, Tempestade.. Não se cansa de molhar meus lençóis? Como se não bastasse o vazamento dentro de minha casa.. Sorte a minha que não fugi com o circo.. Era um velho hábito em situações como essa..
Adoraria encontrar a chave do diário que me deu.. Não escrevo nele há meses.. Mas acho que ainda se achasse, não conseguiria me recordar dos acontecimentos passados.. Lembro-me apenas de chuvas, relâmpagos e trovoadas.. Gosto de ficar dentro de casa.. Agasalhado preferencialmente.. Assim como o autor neste exato momento.. Aprendi que calmantes não possuem efeito contínuo.. E que azul traz serenidade.. Que roupas devem ter cheiro de amor, ou talvez fosse seu aroma do qual elas tinham inveja e tomavam pra si..
Arrisco um beijo, durante um sono leve, tão sutil que as pás do catavento emitem aquele baixo, porém estridente, choro de metais.. Me desdobrou em mil, como um origami saí voando, na forma de um Tsuru. Não quero acordar, pois sei que não existirão cataventos.. Que pingos de um infiltramento roubaram de mim a sensação de tuas carícias..
Deste quarto escuro, olho através de um canto da persiana, não posso ir mais brincar lá fora, nem com galochas, nem com um barquinho à remo.. Perpetuo fechando os olhos e escutando meu próprio ranger de dentes.. Não vejo mais sorrisos, ninguém visita sombras.. Quando, adivinhar onde se escondem, isso se adivinhar,  lutarei por suas atenções, por um espaço na lua..
Que susto! Dormi sem querer, celular no peito, entre os dedos, rosto umedecido (choveu mas não percebi?), acordei assustado, coração disparado, de algum lugar meu nome saía, levantei sentindo frenesi me aquecendo o sangue, quase cederam, joelhos arqueados, "obrigado, gaveteiro, senão fosse a ti, meu rosto teria cortejado o piso de maneira brusca e desagradável".. Com o semblante paralisado, ouso entreluzir algo como um sorriso, "está tudo bem, pode ficar tranquila", um televisor sem imagem.. Aventura tecnológica, botões e cabos, a essência de cada um, atuando sob sua própria função, um mamão e uma pêra aparecem, "bom", de acordo com esse comercial, as taxas de inflação continuam a subir.. Um agradecimento sincero, um presente ao meu coração.. Quem manda ser apaixonado por realizar favores.. Meu gatinho estava à espreita, fugindo de mais um comprimido, se não bastasse ter extraído seis dentes.. Que bom ter recebido ajuda de forma calma..
Volta ao quarto.. Um relato angustiante.. Recebimento em forma de carinho, compreensão.. Algo com uma faixa escura me vem a mente.. Ainda bem que existem chás.. Sento-me na cabeceira, não há mais motivos.. Ainda está.. ?!.. Ponho o computador no colo.. Penso em quê voltar a dizer a você depois de tudo que passamos.. que tal.. "Que susto!"? E assim, volta a chover :(
Peço, encarecidamente, que retorne diariamente a este blog, e me dê cinco minutos de seus olhos. E uma vida de sua mente. Se eu for privilegiado o bastante, anseio por seu comentário e ser honrado que passe esses singelos pensamentos por onde for capaz.
Gentilmente,
Samuel Filipe.