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05/08/2015

Coração de Papel

Costurando uma camisa rasgada, frente ao peito, o coração pulou pra fora, mais uma vez, ele tende a escapulir todas as vezes que chove, fecho as janelas e ele se esquiva. travesso, vai ver cansou de bater um peito cujo sangue se tornou amargo como fel. Pena que foste tu o único que me sobraste, todos fugiram, desde que o pulmão se fora, não tenho como respirar. Logo que meu estômago partiu, não tenho mais me alimentado. Depois que minha mente me abandonou não consegui me ater em pensar qualquer coisa que fosse, seja pra me distrair, seja pra me fazer sorrir.. Sorriso.. Arcária dentária zarpou, me impedindo de abrir meus lábios, por absoluto constrangimento. Todos se foram, permitindo-me inércia, e cá estou, um simples colchão em um escuro quarto, vazio, sem mim, sem ti..

Não entono canções, não mais, enquanto lhe aguardava chegar do trabalho, minhas cordas vocais se recusaram solfejar soluços e tristes melodias, como um pobre passarinho que se perdeu de seu ninho.. Não me atrevo mais em olhar a janela, sinto medo de que não houvesse mais estrelas no céu, seria como se o mundo estivesse rejeitando minha presença, a terra me cuspiria, junto a meu caixão, que se recusaria a fechar, torcendo para que eu me levantasse e não pensasse mais em entrar em tal precioso mogno.. A rua que uma vez era minha, não possui mais pedras brilhantes, sem chances de que por aqui ele passaria.. 

Vaidosas borboletinhas pairam próximo, me ofereço de pouso, com a ponta de meu dedo. Consigo escutar suas suspeitas em descansar suas lindas asas, em tão suja torrinha. Ela parte amedrontada. Some por entre os labirinto de arbustos. Não queria ter asas, apenas alguém cujo beijo pudesse me fazer levitar.. Onde estão as luzes nos postes? Que de dia estão acesos.. Possivelmente sabem de minha presença..

Abalroo até os mais tórridos desertos e savanas, onde noto hienas rirem por onde passo.. Fugir de leoas sorrateiras, onde deveria ter permitido me destroçarem.. A caminho de neve perduro, onde lágrimas não existem, andando aflito para não cair dentro de geleiras, neva em meu rosto, a sensação é como lâminas em minhas bochechas, queimam, sangram, quem dera surgir um buraco a qualquer momento.

Instigante, deveras a neve saber quão tortura me causa? Que seus cristais chamuscam minha pele? Fazes isso com intuito de me ver enternecido, como eles, seu destino.. Fragilidade.. O estopim ao desvanecer. Sede por patentear ferimentos e marcas de tormentas passadas e que não aparentam sanar, o desdenhar de uma foice.. Que mal me faria? Uma luta cuja burla provocou efeito. O coelho vence a tartaruga. Por ser mais rápida? Ou por suas astúcias? Não.. Porque no fim da história, era ele que o ganharia de todo modo, de todo jeito.

Peço, encarecidamente, que retorne diariamente a este blog, e me dê cinco minutos de seus olhos. E uma vida de sua mente. Se eu for privilegiado o bastante, anseio por seu comentário e ser honrado que passe esses singelos pensamentos por onde for capaz.


Gentilmente,
Samuel Filipe.

9 comentários:

  1. Pobre coração de papel! O meu está assim hoje..

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  2. Parabéns amigo..cada dia mais belas suas palavras.

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    1. minha princesa linda.. obrigado por tudo, você é um anjo, luv u <3

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  3. Parabéns amigo..cada dia mais belas suas palavras.

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  4. Pobre coração de papel! O meu está assim hoje..

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  5. Parabéns, sempre excelente

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  6. Descobri o blog hoje e já estou encantado, e esse texto é incrível, assim como os outros!

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  7. Descobri o blog hoje e já estou encantado, e esse texto é incrível, assim como os outros!

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