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02/11/2015

Não.. Não te odeio..

"Odeio o modo como fala comigo,
E como corta o cabelo. 
Odeio como dirigi o carro, 
E odeio seu desmazelo. 
Odeio suas enormes botas de combate,
E como consegue ler minha mente. 
Eu odeio tanto isso em você..
.. Que até me sinto doente. 

Odeio como está sempre certo,
E odeio quando você mente.
Odeio quando me faz rir muito.. 
.. Ainda mais quando me faz chorar...
Odeio quando não está por perto, 
E o fato de não me ligar.

Mas eu odeio principalmente,
Não conseguir te odiar,
Nem um pouco..

Nem mesmo por um segundo,
Nem mesmo só por te odiar.."

Poema do filme "10 Coisas que eu Odeio em Você", 1999.

Rumo a Hometown Glory.. Com o pulso cortado.. Sangrando.. Não apenas sangue.. Mas que deliciosa maneira encontrada pelo autor para prestigiá-los, vós, caros leitores.. Enquanto uma sinuosa poltrona ambulante me leiteira de farto conforto, admito não possuir turbulentos pensamentos no momento para apresentar, senão minha nova obstrução dentária.. Se odeio? Não.. Por quê? E pra quê? Imagino que és detentor de uma inabalável.. 

Ah, não.. Não concordo com nada disso.. Peço licença poética para lhe dizer, o que talvez jamais aceites, porque afinal.. És incontestável.. Confesso admirar tamanha riqueza de advérbios.. Possuidor de um dicionário de muitas e muitas palavras difíceis.. Enquanto eu gosto apenas de trocar os pingos dos "i" por corações e estrelinhas.. Talvez nuvenzinhas.. Não consigo interagir com uma geleira, não se meu caderno de caligrafia ainda estiver vazio.. De flores..

Vamos deixar algo claro, ódio é uma palavra severa e pesada demais.. Me dê um minuto e vos explicarei o que acho de tudo isso.. Meu violão parece estar empenando na poltrona ao lado.. Alguns gostam de brigas, outros de toneladas de chocolate e pantufas.. Eu me atrevo a gostar de você.. É engraçado, não? Mas eu realmente te conheço pra tamanha responsabilidade? 

Eu desconheço de seus assaltos ao frigobar em uma quente noite de outubro, e assim foi-se uma lata de leite condensado.. Infelizmente não terá mais pudim para a sobremesa de amanhã, mas quer saber, eu não dou a mínima. Há esse intruso sorriso em sua bela face, sorriso esse que me desmantela e me faz lembrar de sua incessante espera, naquele ponto.. Ponto a qual me direciono.. 

Haverá um vendedor de Halls lá.. E minhas pegadas serão o retrato de meus sentimentos.. Desaparecidos.. Peraí.. R$1,50? o.O' que absurdo..

Mas se tem uma coisa que vale a pena nisso tudo é que o discernimento aflorou, e para um meio entendedor meia palavra é mais que o suficiente.. É "Chato"? Pois é.. Agora é.. Se eu queria que fosse?.. BANG! Pergunta capciosa.. A resposta sempre, sempre será "não", porque nunca, nunca foi.. O amo de todas as formas..

Gentilmente,
Samuel Filipe.

20/10/2015

A Troca..

Dava pra imaginar? Não né.. O tamanho não bateu.. Muito justo.. Muito solto.. Nunca na medida certa.. Você se pergunta se foi algo que comeu, ou deixou de comer (querendo se bater por isso).. se foi uma panela suja que deixou de lavar (porque como dizem as notícias lavar louça faz milagres para o corpo rsrs).. Se não fosse o bastante o espelho ainda caçoar de você.. Dizer que é imperfeito.. Que nada cairia "como uma luva" pra você, pois você não passa de alto tosco e desproporcional.. 

A dúvida é: "Será que esse intruso reflexo poderia estar certo? Não terá sido mesmo culpa minha não estar conseguindo me autoprojetar nesta situação? Haveria alguma maneira de conseguir resolver isso sem que pra isso eu precisasse demonstar tamanha vontade de mudar (porque, afinal de contas, pra tão inaudito desânimo até fazer um 'like' com o polegar seria uma atitude digna de um atleta olímpico)?".. 

Levanto o olhar.. De longe avisto um pássaro à voar.. E coincidentemente escuto sons ao fundo.. O acordar de um bando.. tão incólume de maldade.. Cantam e voam.. Isso ininterrupto.. Mágicos.. Ainda bem que são livre, não? Não correm o risco de possuírem seus sentimentos enjaulados, uma vez que não se arrisquem muito..

Cuspir.. Regurgitar o que se foi encontrado malicioso no prato.. Não havia pedido ervilhas.. Nem presunto.. Mas lá estão..

Algo me assusta.. Não conseguir me irritar.. Mesmo que me desmintam, que me desmazelem, me esquartejassem.. Só consigo pensar em como sinto saudade dos momentos bons, das risadas, das trocas de olhares sutis, no cuidado e sem dúvidas no carinho.. Não que esquartejar seja algo bom, mas a preparação da carne.. Mas vamos mudar de assunto, uma vez que conversar de abatedouro não apetecem em um blog romântico.. Ou as sobras dele..

Quero ressaltar, que nada que faço é com alguma intenção, muito menos escrever.. Já se pegou olhando as estrelas? E segundos depois se perguntando o porquê ter feito aquilo sem nenhum objetivo concreto, apenas admirar.. e admirar.. e se sentir tão impotente e pequenino diante da grandiosidade dos astros e galáxias.. Pois é.. São em oras como essa que eu pergunto: "vale a pena trocar?", talvez você se acostume com o gosto do jiló.. Isso se você se permitir isso.. 

Vamos assoprar o que caiu no chão.. esfregue na beira da calça.. não é porque uma nota de 100 ficou amassada que ela perderá o seu valor.. Apenas carregará as marcas de um ligeiro acidente..

Gentilmente,
Samuel Filipe.

20/09/2015

Pinguins

".. você precisa ter certeza de que encontrou a pessoa certa.. sabe os pinguins.. eles passam a vida toda procurando por um único outro pinguim, e quando eles se encontram, eles sabem e passam o resto da vida juntos"
Trecho do filme "Nunca Fui Beijada", 1999.

Bonitinho, fofo e romântico.. Se sobrevivesse ao frio lá estaria eu andando com os pés pra fora, balançando de um lado para o outro, com um sorriso de canto a canto.. Opa, celular fez barulho.. Deixa eu ver.. Ah, sim.. Mais uma decepção pra lista.. Bom.. Hum.. .. Continuando.. O autor fez mais descobertas hoje :) Aparentemente quando você sente aumento de seus batimentos cardíacos, se prepare, porque é aí que começa tudo.. Você se pega olhando, fixamente, sem conseguir desviar a atenção para o World Trade Center despencando bem do lado.. É como se não tivesse mais calor, não houvesse frio capaz de fazê-lo tremer mais que a presença daquela criatura angelical.. Uma erupção de dopamina toma cada parte do seu corpo, te impedindo de dormir, há felicidade ali, alegria tamanha que desprogramava seus neurônios, e te invadiria como o cavalo de Troia dado pelos gregos, mas cheio de doçura e gracejos..

Existe um imã, sim existe.. Por mais que você não entenda ou despreze, você nota o pendor.. Acredito ser a curvatura de seu corpo fadada ao acolhimento, frente à frente, afinal de contas, os braços não são coniventes às costas, não é mesmo? E te puxa, por maior que seja a distância, ainda que haja um montão de obstáculos entre, não seriam capazes de desvencilhar esse amor..

Obsessão.. Por não parar de pensar, não parar de sonhar, mesmo que acordado, que você encontrou, que o paraíso realmente existia e dessa vez sem restrições. Se pudesse atribuir tal porcentual ultrapassaria do infinito, e você se vê ali.. Diante de tal grandiosidade soberana.. Seus lábios adormecem, por tamanho sorriso incomensurável.. E a única coisa que se carece é você se entregar, perduravelmente à missão de afofar suas belas asas, de maneira que seus voejos sejam sempre bem sucedidos.. até eles pararem de pousar sobre ti..

Adejos.. ... Para onde vais não lhe ultraja.. Quando enfim apenas seu bálsamo me deleita, há mim não restou ao menos uma gota, ainda que de minhas veias tenha levado até a última baga.. 

Vasculhar arquivos, preciso ter certeza, ainda que por cálculos, não tenha errado a conta, que a súbita euforia rendeu traços imaculados de uma mísera espera.. Mas o que foi que aconteceu com os livros? De repente eles se tornaram apenas modelos, sem letras, páginas em branco.. Em preto..

Peraí.. Não consigo entender o porquê de apenas contos de fadas terem se afanado.. Ou são coisas da minha cabeça? Me pergunto qual seria a mentalidade dos pinguins, fieis até a morte.. superioridade.. apenas a opinião de uma cabeça velha e uma mente pueril.. ..

Ah, pinguins.. pinguins.. rsrs

Peço, encarecidamente, que retorne diariamente a este blog, e me dê cinco minutos de seus olhos. E uma vida de sua mente. Se eu for privilegiado o bastante, anseio por seu comentário e ser honrado que passe esses singelos pensamentos por onde for capaz.


Gentilmente,
Samuel Filipe.

17/09/2015

Declínio

Aos poucos.. Mas bem aos poucos mesmo.. Te vejo descer.. E não vou mentir que isso me assusta.. De um jeito que não consigo explicar, apenas sentir.. As ruínas que ainda sobraram sendo totalmente destruídas até virarem pó.. Chega ser surpreendente como me vejo pairando sobre as águas cálidas.. Um frio em meio à chamas..

Dias derramando sangue, porque teimo em "recontinuar" produzindo.. É tão óbvio assim? E quanto à guerra do cem anos, recebi más notícias da tropa inimiga.. Continuarão lutando.. Não descansarão até me verem angustiadamente derrotado, me humilhando.. É satisfatório? Mesmo? Enxergar lamúrias e tristeza em apenas gestos de ânimo e bravura? Mais uma vez, quem dera ter alternativas.. Que marcas em minhas bochechas cicatrizassem, que ainda houvessem forças para erguer espadas e machados.. Talvez cicatrizes precisassem estar lá, sempre visíveis, a fim de impor medo a futuros adversários em um duelo.. Que ao invés de pesados escudos, desenvolvesse habilidades com pistolas.. 

Uma estação ou duas.. O suficiente para alcançar meu objetivo.. A não ser que eu durma no ponto.. E seja acordado pelo maquinista.. Será importante mesmo? Insistiram tanto.. E acho que ainda não estou pronto, tenho quase certeza disso.. Me darei mais uma vida.. Uma chance de tentar.. Uma chance pra cair em mim e dar por si.. De que é só de um.. Batidas que pertencem a uma fusão de sentimentos.. Que confundem a sorte reconduzindo a um desastre..

E giro o copinho, deixo o leite condensado fundir o caramelo, a cobertura de morango e por fim, esfarelo a paçoca.. Olho pros lados.. Ninguém? Respiro fundo, fecho os olhos, e lambo o dedo todo melecado de chocolate branco.. São situações que apenas vivencio em sonhos.. Olhos petrificados no fundo do freezer, mas.. O que fazes aí, anjo torto?

Acaso gostas de frio? Que bom, pois tenho uma surpresa.. 

Peço, encarecidamente, que retorne diariamente a este blog, e me dê cinco minutos de seus olhos. E uma vida de sua mente. Se eu for privilegiado o bastante, anseio por seu comentário e ser honrado que passe esses singelos pensamentos por onde for capaz.


Gentilmente,
Samuel Filipe.

31/08/2015

Seu Último Dia..

Pergunta quando foi, o quê foi e quem o fez.. De grão em grão a pipoca estourou.. Cômico ser tão imprevisível, até para si mesmo.. Consigo ler seus pensamentos.. Prever seus atos.. Sou eu, em você..

O quanto antes, revire seu celular, e troque todas suas senhas.. Abra mão de seus planos, pois sei exatamente o quê e como fazer para impedí-los.. Seus sonhos tem horário e data marcada.. Cabe apenas realizá-los.. Isso.. Se eu permitir..

Ass.: Tempo

Adiante cinco minutos.. Apenas para se preparar quando tudo terminar.. O início do fim.. A segurança que outrora te conduzia em todos seus passos, longe está.. Cabe somente o teto e o chão.. Onde você pode escolher onde se segurar, pois cintos não terão mais tanta firmeza no momento do engate.. O filme que deveria passar de toda sua vida em sessenta segundos infelizmente não será exibido pois o projetista deixou um bilhete escrito "fui!" na mesinha há semanas atrás.. Em momentos mais que perfeitos, nota-se que a chegada ao mundo não precisou de tantos cortejos..

Por menos que sejam os motivos e impasses, você deixou sua marca no asfalto, timbrou seu nome no papel e mostrou que veio pra fazer a diferença.. Embora digam que erros sucumbem virtudes, não acredito que não haja culpa sem perdão.. Quando menos esperamos o sol ressurge.. Te dando ânimo e forças para mais duelos inesperados.. Quimera o passado não provocasse impressões.. Me perdoe, se te faço refulgir.. Tomaste o ar de meu interior e agora não passo de um balão vazio.. Inocente noite.. Mais um despertar sombrio.. Adeus ao desgosto..

Peço, encarecidamente, que retorne diariamente a este blog, e me dê cinco minutos de seus olhos. E uma vida de sua mente. Se eu for privilegiado o bastante, anseio por seu comentário e ser honrado que passe esses singelos pensamentos por onde for capaz.


Gentilmente,
Samuel Filipe.

29/08/2015

Por você..

Não existem distâncias.. Que se exploda o impossível!.. Se somos um pouco menor que Deus.. Podes sonhar.. Sentir faíscas saindo de seus dedos.. Usar mais de 10% de seu cérebro..

Fim do primeiro ato..

(Lá vem ele.. O Amor.. Todo tranquilo.. Humilde.. Sorridente..)

E.. Ação!

- Por quê? Porquê agora? O que te induz a sentir? Não poderia simplesmente trancá-lo em um freezer e atirá-lo meio a correnteza?
- Sem chances.
- Mas..
- Há um motivo.
- Que motivo?
- Havia vida em seus olhos. Uma verdade pura, preciosa. Não existe meios de se extinguir tal sentimento. Não chegou o fim.
- ...

.. Corta!

Essa fala não estava no roteiro.

Assim como muitas que foram ditas, talvez sem pretensão. Frases que não possuíam peso bruto, que eram leves e mágicas, assim como a dinâmica existente na aleatória distribuição de cores nas asas de uma borboleta. Continham essência. A qual, por mais sincero e espontâneo fosse, não deixou de mover e bombear sangue. Mas que sorte receber tal presente. Juro retribuir à altura. E lá se foi o amor.. Peralta.. Fascinante..

Fim do segundo ato..

Não há espaço para discussões, quando a razão perde as estribeiras, explode.. Pavio curtíssimo. Em um espetáculo cujo drama pediu licença à comédia.. Poltronas tomadas por lágrimas.. Ao menos esperamos o clímax, que trouxe seu sobrinho para a estreia, pondo suspense na primeira fileira..

Durante o desenrolar da história, todas as peças do quebra-cabeças se repunham e a tão esperada verdade foi dita. O diálogo entre os mocinhos fecharam a obra com chave de ouro crivada por cristais e diamantes.

- Insiste em vociferar desculpas. Como se não bastasse todo apreço que lhe dei. As chances que lhe dispus. Se não coubesse a mim, e unicamente, o fardo consentâneo por meus delitos.
- Não são nada.
- Como ousa?..
- Cabe-me absolver seus crimes. E assim o faço.
- Não entendo a razão.
- Sem dúvidas, jamais falaria por ela. Entretanto, por mais casto que seja, o amor me disse.. "Haveriam momentos de loucura, momentos insanos, momentos de orgulho.. Sua tarefa? Nunca se esqueça.. Amar.. De bom grado.. Sem ressentimento.. Sem retribuições e permutas.. E compreender seus desígnios.."
- Refletes por si?..
- Não.
- Então?.. Por quê?
- Por nada..
- ...
- Por tudo.
- ... ...
- .. Por você..


Fim do último ato.


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Gentilmente,
Samuel Filipe.

28/08/2015

Só.. Au.. Revoir..

Sim.. Porquê não?!.. Se a bela adormecida adivinhasse o poder de sonolência provocado por rocas de fiar, teria se tornado farmacêutica e o mundo dos contos de fadas seria um lugar mais calmo e pacífico.. Depois dos felizes para sempre ela teria um Nobel, antes heróis, príncipes pleiteariam seus diplomas para alcançar a mão da pequena afilhada de Malévola.

Solitário.. Incapacidade de se comunicar.. Algo como uma lepra social.. Quanto mais conheço, mais esqueço, mais tropeços.. Repousando em águas cálidas, pensamento surreal, realidades simultâneas.. Um quebra-mola e o feitiço se desfaz, enrodilhando transportes públicos, a imagem e ilusão de um pequeno pedaço molhado à frente em pleno calor de Agosto. Nem parece que os dias voaram e a busca pela purificação interior surtiu efeito.. Realidade essa que só as décadas podem salientar.. Devo numerar diversos fatos ocorridos.. Mas em plena madrugada tudo me foge a mente, com exceção do terrível calor.

Vamos começar pelo começo, em uma avenida.. Nomes indígenas não me soam familiares.. Transporte público.. Um ósculo.. Sabia.. Não acreditava em mágica até então.. O principio induzia algo que almejava faíscas como fogos de artifício, como obras barrocas, sua majestade demonstrava alegria em seu olhar, tal como se a felicidade estivesse a centímetros de sua boca.. Autor que se pergunta se foi ludíbrio causado por obras de sua sonhadora mente fantasiosa. As nuvens nunca foram tão leves, tão fofas segundo bolas de algodão. O paraíso tão próximo, dada rendição tão sutil e ao mesmo tempo profunda. Não havendo mais suprimentos de ar, o fôlego esvaiu, permitindo somente sensações limitadas pela corrente sanguínea, apesar de tal explosão significar o surgir de um novo ser, renovado por inalterabilidade e glória..

Resplandecer.. A hábil tarefa de reluzir algo que talvez não tenha mais brilho.. Não se pode forçar uma estrela a brilhar, quando todo o vigor, partiu.. 

Acordo, 5hs da manhã, a cabeça aos pés da cama, costas doloridas, descoberto.. Quem poderia imaginar que o calor de Agosto seria inversamente rigoroso em suas madrugadas.. Uma barrinha reta piscando.. Onde foram parar as ideias?.. Ou melhor, as lembranças.. Uma ensolarada tarde de Dezembro, sentados em um banco de praça.. Patinhos.. Silencioso e feliz.. Único.. Que mal poderia causar um jovem cuja paz é alcançada mediante coisas tão simples.. ?.. Opa.. Mais uma brisa.. Deixe-me sentí-la..

Tenho notado como o repúdio, cuja motivação se estendeu a patamares estratosféricos, pode induzir resultados não esperados.. De maneira quando arremessamos uma bolinha de papel em uma lixeira.. Tinha tudo pra dar certo, porém não foi "cesta", não marcou ponto.. Você fica olhando pra cena, pensando, "no que foi que eu errei?"..

O Topo.. Um critério inimaginável, para leigos.. e ele está lá.. Surpreendentemente.. Sorrindo.. Um chute no escuro.. Mas seria possível que a história não tivesse um "fim"? Talvez o poder de uma despedida seja mais fraca que de um regresso. Cabe apenas sonhar.. Fazer o quê, né? É apenas isso que me resta..

Peço, encarecidamente, que retorne diariamente a este blog, e me dê cinco minutos de seus olhos. E uma vida de sua mente. Se eu for privilegiado o bastante, anseio por seu comentário e ser honrado que passe esses singelos pensamentos por onde for capaz.


Gentilmente,
Samuel Filipe.

09/08/2015

O Botão de Bloqueio

Já me falaram dele várias e várias.. e várias vezes.. como se fosse uma orquestra de "bloqueia!", como diz minha mãe "entrou em um ouvido e saiu pelo outro, né rapaz?", ele está sempre lá, me pergunto diariamente "pra quê?", como se um mísero botão animado destroçasse uma existência, capaz, né? Acaso haveria um botão de bloqueio em algum compartimento secreto acoplado em meu braço? Em minha nuca? A pílula da amnésia está em falta nos postos de saúde de Brasília.

Quando era garoto, bloquear uma conversinha na mesinha do lado, infelizmente não surtia efeito, gritos, por mais que tampasse minhas orelhas, piadinhas intimidantes e negativas, sobre eu gostar de brincar com origamis com folhas rosas (os corações ficavam lindíssimos), fofocas sobre minhas bochechas avermelharem quando algum popular garoto viesse me cumprimentar e assim que virasse a esquina eu começasse a dar pulinho e rodopios em torno de mim.. sempre sorri com os olhos fechados, mostrando os dentes como um cavalo, não entendia qual era o erro nisso.. O bloqueio não provocava resultados.. Ódio?!.. Quimérico para um apaixonado menino de 6 anos.. Momento da vida cuja exclusiva preocupação era tirar notas boas, e ficar à espreita, vasculhando a fresta do portão, aguardando meus amiguinhos imaginários.. Eles me achavam entediante.. Ainda bem que bolas de futebol e paredes surradas não eram frutos de minha imaginação..

Conseguia bloquear as aulas de ciências.. Anatomia Humana, até hoje, aviso a minha mãe, cuja profissão eu não me encaixaria, em absoluto, seria qualquer uma de área médica.. Queria ter uma fábrica de doces.. Queria ser arqueólogo, biólogo marinho ou aventureiro.. Assim como já quis ser pedreiro, já quis ser confeiteiro, já quis ser cantor e ir no Raul Gil, cantar alguma moda de viola e pronunciar "Pindamonhangaba"..

Mas como se nada fosse acontecer.. Eu cresci.. Tentei bloquear isso o mais que pude.. Sem sucesso.. Como é que é? Prestobarba? Mas.. Mas.. Como meus ossos tem 5 anos a mais da minha idade? Atrevo-me a acreditar em promessas.. Cuja entrega tomam absolutamente tudo de mim.. Não vou bloquear ninguém, só quero que bloqueiem os olhos semi-cerrados, nos cantos. Adoraria que bloqueassem os "Hum.." por todos os sentidos, que o mal fosse pago com o bem, que a dor que emana em minha alma se convertesse em alegria..

Que o real se torne real, e que a ilusão seja bloqueada!

Peço, encarecidamente, que retorne diariamente a este blog, e me dê cinco minutos de seus olhos. E uma vida de sua mente. Se eu for privilegiado o bastante, anseio por seu comentário e ser honrado que passe esses singelos pensamentos por onde for capaz.


Gentilmente,
Samuel Filipe.

05/08/2015

Coração de Papel

Costurando uma camisa rasgada, frente ao peito, o coração pulou pra fora, mais uma vez, ele tende a escapulir todas as vezes que chove, fecho as janelas e ele se esquiva. travesso, vai ver cansou de bater um peito cujo sangue se tornou amargo como fel. Pena que foste tu o único que me sobraste, todos fugiram, desde que o pulmão se fora, não tenho como respirar. Logo que meu estômago partiu, não tenho mais me alimentado. Depois que minha mente me abandonou não consegui me ater em pensar qualquer coisa que fosse, seja pra me distrair, seja pra me fazer sorrir.. Sorriso.. Arcária dentária zarpou, me impedindo de abrir meus lábios, por absoluto constrangimento. Todos se foram, permitindo-me inércia, e cá estou, um simples colchão em um escuro quarto, vazio, sem mim, sem ti..

Não entono canções, não mais, enquanto lhe aguardava chegar do trabalho, minhas cordas vocais se recusaram solfejar soluços e tristes melodias, como um pobre passarinho que se perdeu de seu ninho.. Não me atrevo mais em olhar a janela, sinto medo de que não houvesse mais estrelas no céu, seria como se o mundo estivesse rejeitando minha presença, a terra me cuspiria, junto a meu caixão, que se recusaria a fechar, torcendo para que eu me levantasse e não pensasse mais em entrar em tal precioso mogno.. A rua que uma vez era minha, não possui mais pedras brilhantes, sem chances de que por aqui ele passaria.. 

Vaidosas borboletinhas pairam próximo, me ofereço de pouso, com a ponta de meu dedo. Consigo escutar suas suspeitas em descansar suas lindas asas, em tão suja torrinha. Ela parte amedrontada. Some por entre os labirinto de arbustos. Não queria ter asas, apenas alguém cujo beijo pudesse me fazer levitar.. Onde estão as luzes nos postes? Que de dia estão acesos.. Possivelmente sabem de minha presença..

Abalroo até os mais tórridos desertos e savanas, onde noto hienas rirem por onde passo.. Fugir de leoas sorrateiras, onde deveria ter permitido me destroçarem.. A caminho de neve perduro, onde lágrimas não existem, andando aflito para não cair dentro de geleiras, neva em meu rosto, a sensação é como lâminas em minhas bochechas, queimam, sangram, quem dera surgir um buraco a qualquer momento.

Instigante, deveras a neve saber quão tortura me causa? Que seus cristais chamuscam minha pele? Fazes isso com intuito de me ver enternecido, como eles, seu destino.. Fragilidade.. O estopim ao desvanecer. Sede por patentear ferimentos e marcas de tormentas passadas e que não aparentam sanar, o desdenhar de uma foice.. Que mal me faria? Uma luta cuja burla provocou efeito. O coelho vence a tartaruga. Por ser mais rápida? Ou por suas astúcias? Não.. Porque no fim da história, era ele que o ganharia de todo modo, de todo jeito.

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Gentilmente,
Samuel Filipe.

04/08/2015

Invisível

"Nós aceitamos o amor que achamos que merecemos"

Chbosky, Stephen - As Vantagens de Ser Invisível, 1999.


Rejeição plena, um real motivo.. Defeituoso, resoluto, contraditório.. Você não é.. Nem isso.. Nem aquilo..

Laico, imperceptível ao futuro que há de vir.. Disfarce efêmero.. Um suporte momentâneo causado por afecção mútua.. O esconderijo de um infante..

Pergunto-me, por quais meios os ratos se escondem, fugitivos ágeis.. Como se o tempo de ação, fosse mais rápido.. Como se atingissem a velocidade da luz. Imaginava que esses pequenos roedores gostassem apenas de queijo, hoje sei bem que eles se alimentam de muitas coisas mais..

Reflexões sob uma pequena árvore, cujas folhas balançavam mediante a velocidade que carros e caminhões cruzavam as ruas.. Ao telefone, uma voz que quase seria familiar, mas que não foi epílogo. Sons metálicos, robóticos, audazes percorriam por entre a sucinta saída de voz.. A real atitude de quem você jamais poderia imaginar.. Uma dedução arteira quebrando verossimilhança quântica.. Podia ter, eu, forjado tal armadura? Propício a balear minha própria imagem no espelho? Hum.. Uma gota de.. Chuva? Mais uma vez? Nunca me lembro de fechar as janelas.. Nem de lembrar de comprar os tais lencinhos..

Olá, Tempestade.. Não se cansa de molhar meus lençóis? Como se não bastasse o vazamento dentro de minha casa.. Sorte a minha que não fugi com o circo.. Era um velho hábito em situações como essa..

Adoraria encontrar a chave do diário que me deu.. Não escrevo nele há meses.. Mas acho que ainda se achasse, não conseguiria me recordar dos acontecimentos passados.. Lembro-me apenas de chuvas, relâmpagos e trovoadas.. Gosto de ficar dentro de casa.. Agasalhado preferencialmente.. Assim como o autor neste exato momento.. Aprendi que calmantes não possuem efeito contínuo.. E que azul traz serenidade.. Que roupas devem ter cheiro de amor, ou talvez fosse seu aroma do qual elas tinham inveja e tomavam pra si..

Arrisco um beijo, durante um sono leve, tão sutil que as pás do catavento emitem aquele baixo, porém estridente, choro de metais.. Me desdobrou em mil, como um origami saí voando, na forma de um Tsuru. Não quero acordar, pois sei que não existirão cataventos.. Que pingos de um infiltramento roubaram de mim a sensação de tuas carícias..

Deste quarto escuro, olho através de um canto da persiana, não posso ir mais brincar lá fora, nem com galochas, nem com um barquinho à remo.. Perpetuo fechando os olhos e escutando meu próprio ranger de dentes.. Não vejo mais sorrisos, ninguém visita sombras.. Quando, adivinhar onde se escondem, isso se adivinhar, lutarei por suas atenções, por um espaço na lua..

Que susto! Dormi sem querer, celular no peito, entre os dedos, rosto umedecido (choveu mas não percebi?), acordei assustado, coração disparado, de algum lugar meu nome saía, levantei sentindo frenesi me aquecendo o sangue, quase cederam, joelhos arqueados, "obrigado, gaveteiro, senão fosse a ti, meu rosto teria cortejado o piso de maneira brusca e desagradável".. Com o semblante paralisado, ouso entreluzir algo como um sorriso, "está tudo bem, pode ficar tranquila", um televisor sem imagem.. Aventura tecnológica, botões e cabos, a essência de cada um, atuando sob sua própria função, um mamão e uma pêra aparecem, "bom", de acordo com esse comercial, as taxas de inflação continuam a subir.. Um agradecimento sincero, um presente ao meu coração.. Quem manda ser apaixonado por realizar favores.. Meu gatinho estava à espreita, fugindo de mais um comprimido, se não bastasse ter extraído seis dentes.. Que bom ter recebido ajuda de forma calma..

Volta ao quarto.. Um relato angustiante.. Recebimento em forma de carinho, compreensão.. Algo com uma faixa escura me vem a mente.. Ainda bem que existem chás.. Sento-me na cabeceira, não há mais motivos.. Ainda está.. ?!.. Ponho o computador no colo.. Penso em quê voltar a dizer a você depois de tudo que passamos.. que tal.. "Que susto!"? E assim, volta a chover :(

Peço, encarecidamente, que retorne diariamente a este blog, e me dê cinco minutos de seus olhos. E uma vida de sua mente. Se eu for privilegiado o bastante, anseio por seu comentário e ser honrado que passe esses singelos pensamentos por onde for capaz.


Gentilmente,
Samuel Filipe.

02/08/2015

Flor de Cerejeira

Receita de Bolo de Cereja. Ctrl+C e Ctrl+V, mandando para a impressora. Recorta bonitinho. Pega a cola bastão e emporcalha todo o verso do papel, repousando-o então sobre uma página do envelhecido livro de receitas..

Um dia bom, um piscina quente, anjos apaixonados cantarolando belas canções, risos de amor e carinhos românticos. O Coração se regozijou de felicidade, por tais palavras, como entreter uma alma ferida cujo medo de escutar verdades e sutilezas é benéfico a tal ponto. Como se chovesse um chuva ácida, corroendo a pele impura, purificando uma hábil couraça cravejada de pedras preciosas e brilhantes..

Sorrindo, olhando ao derredor, toda uma veracidade de um pilar estruturalista. Vidas que não vivi. Esperanças que não senti. Permanecer sorrindo, esse é o escopo.. Triunfo.. Esquecimento.. Objetivo.. Muitas teses, e a indiscutível jornada para a concretização de um desejo surreal..

Sonetos.. Palavras usadas na infância, ao abrir um dicionário de palavras difíceis de serem pronunciadas.. Hipopotomonstrosesquipedaliofobia.. Sempre me enrolo ao dizer palavras grandes.. Gaguejo.. Ocasional ou frequentemente.. Devo ter isso.. Não se usa mais trema?.. Palavras soltas em frases e anedotas.. Mas que culpa tem seus significados?

São como ingredientes do bolo de cereja, vão e voltam dentro de um copo de liquidificador (gaguejei.. depois me perguntei aonde fostes parar os tremas..), é duro ser frágil.. suscetível à força de lâminas, destroçando sua existência.. Abrindo suas pétalas contra vontade e cuspindo em seu delicado pólen.. Como haveria de imaginar que isso poderia acontecer? Um plano? Maquiavélico de certo modo.. Escuso por trás de íris de cristal e sorrisos de diamante..

Curiosas lãs de ovelha, algodão branco e macio, suave aroma de baunilha, perguntas e respostas, sem fim.. Trucida alma por entre gestos de amabilidade.. Um artista, pintor de telas.. A Declaração de um príncipe, por sua obra, chamada de: "Seu fim por meu começo"..

Algumas vezes escutei sobre a origem de um deserto.. Talvez, mar.. A parte rica de um oceano, que um dia se estancou.. Após muitos e muitos anos sucumbiu de soberba, tornando-se ermo e infrutífero.. Poderia exceder areia de nossos olhos? O futuro do aquecimento é a fumaça.. Névoa do que restou.. 

Passando farinha na forma, elaborando a feição excêntrica desse esmerado lotado de glúten e conservantes, que não me perguntem como foram parar aí.. Só sei o que tipografei e enchi de grude..

Ameixas? Não, não gosto. Em passas, então, me dá repulsa.. Só sei o quão rico são seus produtores.. Prefiro morangos.. Mesmo não sendo o principal ingrediente, taco uma imensidão de morangos por cima.. 

Por quê não me canso de açúcar? Procurarei Dalai, ele saberá o que me dizer..

O tempo passa e não sinto os vestígios de dor se deslocarem. mãos cansadas de misturar, preciso de uma batedeira, de algo que possa agir de maneira rápida, ágil e precisa.. Talvez uma caixinha de lenços..

Mais alguns minutos no celular, fatigado por presumir um acontecimento ilógico.. Angustiante.. Angustiando.. Ops.. O bolo está pronto, com licença, não posso deixar queimá-lo, mas se assim suceder, não teria problema, faria uma gelatina.. Aceitam um pedaço?

Peço, encarecidamente, que retorne diariamente a este blog, e me dê cinco minutos de seus olhos. E uma vida de sua mente. Se eu for privilegiado o bastante, anseio por seu comentário e ser honrado que passe esses singelos pensamentos por onde for capaz.


Gentilmente,
Samuel Filipe.

31/07/2015

Aliança e o Iceberg

Tum, tum.. Tum, tum.. Tum, tum.. A cabeça muda de direção, os olhos se reviram.. Mais uma noite, o despertar sinuoso, além de seu núcleo, outros sons começam a ser escutados, se não bastasse a lubricidade de sua cabeceira, vozes humanas ecoam no ambiente ao lado.. Uma novela? Blargh! A vida imita a arte, não permitindo qualquer roteiro póstumo. As falas perdidas, e você se depara que tudo está ao chão. Enquanto formigas passeiam e se regozijam de fartura, você se encontra retraído, puxando pra mais perto, o edredom, a colcha, o úmido travesseiro.. Com o piscar de um fino ponto eletrônico saído de seu "telemóvel" (rsrs) parece realmente ser o único provedor de luz para o recinto.. O computador parece chamá-lo, ao que tudo indica, mais uma triste narração completamente sem nexo, ou infundamentais à realidade, palavras bonitas, escritas à pena, cujo o tinteiro se esgueira nas sombras, não permitindo o uso de sua seiva..

Valorização, surte efeito? A maçã continuará tendo gosto de maçã, mesmo que não a coma.. Mas talvez deixe de ser maçã, pouco tempo depois que cai do ramo, pois o ciclo nunca termina, fruta ontem, adubo amanhã. Mas qual a ligação com o reconhecimento? Bom, nenhuma. Uma vez que tanto de uma forma ou de outra ela irá desempenhar um papel importante.. Pobre maçã.. Não tem a menor capacidade de escolher que destino levará, enquanto galga despenhadeiro abaixo, a única coisa que pode suportar é ter suas formas abruptamente distorcidas, torcendo que não passe por pedras cortantes, pois aí está o perigo, quando o sulco ficar exposto e convidativamente atrair insetos, seres microscópios. Ela poderia ter tido tudo.

Você está se afogando. Não vê? Basta olhar ao redor e ver como se a valiosa cristaleira tivesse sido derrubada de um prateleira cromada, e o mais curioso, a pá sumiu, ninguém levaria pequenos cacos sem se cortar, melhor deixar pra lá..

Acreditaria se dissesse que uma monstruosa montanha de gelo possui mais de o dobro, ou quem sabe o triplo de sua proporção submerso em frias (congelantes) águas profundas? Desista de imaginar, pois ainda não está lá, assim como quando você procura gelo em seu freezer, mas se depara com apenas uma forma plástica. Ninguém se depara com ele, porém.. Está lá.. Pronto pra demolir navios (Titanic também não esperava por ele).. Mas e a aliança? Duvido não ter escutado algo similar a uma aliança sendo rudemente lançada em pias, vasos, lagos, bueiros. Ela também não esperava esse fim. Pobre dedo anelar, se já bastava o frio por não ser velado, ainda precisa se importar em estar sempre atento ao seu básico uso em repousar sobre as teclas próximas do Enter, os acentos, colchetes e aquele maravilhoso botão de apagar..

Façam o possível pra que ele não sirva pra isso! Porque assim como a pipoca estourada e o ovo quebrado com a gema partida.. Talvez não haja volta e talvez seja por isso que eu sempre diga: "sem problemas", "pode ficar tranquilo".. Ninguém é perfeito, apenas peculiar.. Saudades? Ossos do ofício. Orgulho? O melhor é deixar no mais profundo dos oceanos.

Astúcia, muito ouvida, pouco praticada. Por quê não um bolo? Talvez de Cereja, alguma vez já comeu algum? Talvez amanhã.. Sejam Flores de Cerejeiras.. E nada mais.. Perpetua-se, então, o ócio de toda uma vida.


Peço, encarecidamente, que retorne diariamente a este blog, e me dê cinco minutos de seus olhos. E uma vida de sua mente. Se eu for privilegiado o bastante, anseio por seu comentário e ser honrado que passe esses singelos pensamentos por onde for capaz.

Gentilmente,
Samuel Filipe.

30/07/2015

A Brisa..

Já pôs o rosto pra fora da janela? Seja a janela do carro, a janela de casa, apartamento, fazenda.. Fechou os olhos? Sentiu? Por favor, se tiver essa oportunidade, disponha-se.. Pare.. Acredite como se você fosse mais do que único, mais do que apenas um falho ser humano, como se você fizesse parte daquilo, sendo levado por uma sutil fluência de ar, pairando por toda imensidão de partículas, atrevo-me a mensurar como devem ser felizes os lírios do campo, as orquídeas arqueadas, pelo balanço vindo por ventos de todas as direções. Há quem diga que não há felicidade em ser uma flor, mas quem já foi flor algum dia pra saber, não é mesmo? Onde há o amor? Por onde ele passa? Por onde ele vagueia? Quiçá nós fomos levados por suas correntezas? Possivelmente agraciado por seu toque?

Um suspiro fundo, você acorda, se depara com as quadrelas do ambiente em que se encontra, suas limitações, a liberdade fora tirada de ti,  deveras como feito a esse ser que vos escreve, defronta-se com o rosto embebido de algo similar a água.. Menos mal, sangue não seria convidativo de certo modo.. Assim como um intruso, o horizonte brilha de uma forma desigual, tal quanto o rompo de uma viável constância, algo inabalável como titânio recebendo a forma de uma pluma.

A premissa, algo inimaginável, sonhar faz bem? Somos capazes de despossar um tesouro valioso e precioso? Evoco sobre meu passado, a timidez, o medo, a rejeição que todos passamos na vida, a luta do primeiro pé pra fora da cama, independente de qual seja, contanto que o outro esteja transponível a chutar a letargia. Reconheço serem sensos de pura inércia e pesados para uma pequena trajetória vivida, culpar a intensidade pelo empenho de fazer outro puro coração aceitar tais defeitos, deficiência esta que ultrapassa a barreira do ser, quando atitudes uivam por dor e súplicas de um futuro deleitável. Escuro. Silêncio. Não surtiu efeito, apenas contestações de diferentes motivos.

Aclamar por brisa, não provoca frescor, condições atmosféricas não são sucedidas por caniços pensantes, o florescer do lírio precisa de paciência, sol, do orvalho da manhã, proteção. Coesão? Bem vindo ao mundo real, onde a chuva corrói Davi, fazendo de Michelangelo icônico na Pop Art. Talvez nunca consiga me expressar, quem sabe meu futuro consiga.

Enquanto a febre não passa, fazendo o mórbido arfar em exílio. Aproximação que piora a lepra no íntimo. Não há solução, uma vez que todo ar dentro do pote fora roubado, uma vaga lembrança vem a memória.. Uma janela.. A chance de ser um só.. Exclusivamente da brisa.

Peço, encarecidamente, que retorne diariamente a este blog, e me dê cinco minutos de seus olhos. E uma vida de sua mente. Se eu for privilegiado o bastante, anseio por seu comentário e ser honrado que passe esses singelos pensamentos por onde for capaz.


Gentilmente,
Samuel Filipe.

29/07/2015

O Alimento do Amor..

Nada mais jus que começar esse blog falando sobre o nosso assunto preferido.. O Amor :) não tenho dúvidas que começar pelo fim é bem mais intrigante (rsrs). A morte. Já ficou uma semana sem comer nada? Não? Talvez, dois dias, ou um? É impossível, não é mesmo? Bom, não são rodeios, não são lágrimas, não são insuficiências cardíacas que me impedirão de fazer meus dedinhos passearem pelas teclas. Você já pensou que sem o alimento necessário até mesmo o amor pode morrer? E eu não me refiro a uma morte súbita, e sim, algo bem devagar, e muito silencioso. 

Ao invés de usar o termo "regar" o amor para que nasça uma bela árvore frutífera, vou chutar o pau da barraca e rasgar o Aurélio ao meio. Dar uma de Sarah Jessica Parker e escrever aquilo que tanto te enciúma. Antes de chegarmos aos "finalmentes", irei me apresentar.. me chamo Samuel Filipe, tenho 22 anos (hahaha, uma longa vida, não?), sou estudante de contábeis, designer gráfico, filho (santa responsabilidade rsrs) e sou gay.. Esse blog se iniciou em meio a um momento em que acredito todos já terem passado pelo menos uma ou muitas vezes na vida.. O término de um namoro, meu segundo namoro (sim, segundo), naquele torrencial de lágrimas em um canto de um quarto escuro.. e PIMBA! (trashhaha) Vou começar a escrever, compartilhar uma dor que só eu posso sentir nesse momento, fazendo com que as lágrimas tomem forma de letras, as letras tomem forma de olhares, e com isso a atenção, por fim, que chegue até você, meu amigo leitor :) 

Se pudesse descrever o sentido da angústia que nos toma nesse instante, posso afirmar que o desespero e a loucura sentam-se bem a sua frente e te dizem algo como: "hoje não tem vez pra você, independente do que pense ou faça, não nos responsabilizamos, porém, assistiremos a cada segundo, ansiosos pelas cenas do próximo capítulo". 

Escrever é um dom, tocar o coração de um leitor é uma dádiva, e eu admito não possuir ambos, por isso, destino essa leitura que há de vir, um dilema entre a razão e a emoção, mente e coração, abruptos de uma realidade e um sentimento que não consegue ser explicado.. (assim como meu vício em escrever reticências com apenas dois pontos, rsrs). 

 “O que deu errado?", "Qual a real origem desse fato?", "Por que 'o doer' em mim, é diferente do seu?" 

A destruição de um começa quando o outro inspira um pouco de fôlego, a história que, antes, conto de fadas, passou a ser um filme como Jogos Mortais. Os sonhos acabam. O mar se fecha. O castelo desmorona, até sobrarem apenas ruínas.. Tudo que pode ser feito é escutar, enxergar algo que seria como palavras satânicas sendo proferidas por belíssimos lábios de um anjo. É interessante ressaltar o quão generoso são seus sentimentos, por estar claro quanto ao objetivo de sua declaração, enquanto o corpo está diluviano e quente como sangue fresco.

Caro leitor, o que mais falta nessa história? Ah, sim. O alimento, seguramente. E essa é a incógnita. O amor necessita ser alimentado. Quando ligamos a TV e vemos aqueles magníficos exemplos de casais que perpetuam toda uma vida um ao lado do outro, sendo ambos um só (como votos matrimoniais) notamos sempre a existência de um indiscutível ato, o pequeno detalhe, o sincero sorriso, o gesto de euforia.. Euforia por ser o único, honrado de poder estar em braços de brandura. Por ser ímpar, ao ser chamado mediante tal voz celestial. Ao fim, poder conceber a grandiosidade de tê-lo ligado a si.

A capacidade de tamanha importância é dissipada quando ambos dão as costas. Sem agouros, cabe apenas ver os dias, meses, anos.. Sem deixar de olhar para trás, apenas para recolher pedaços que caíram, e não serão postos no lugar facilmente. Pois as rachaduras se assemelham a um copo de cristal quebrado, por mais que sejam colados estarão ali, vazando.. seiva.


Peço, encarecidamente, que retorne diariamente a este blog, e me dê cinco minutos de seus olhos. E uma vida de sua mente. Se eu for privilegiado o bastante, anseio por seu comentário e ser honrado que passe esses singelos pensamentos por onde for capaz.

Gentilmente,
Samuel Filipe.